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NOTÍCIA
Publicado em 30 de Novembro de -1

OAB MACAÉ convida colegas para passeata do royalties

“Mais uma vez o Rio de Janeiro será palco de uma batalha libertária e é importante que todos estejam juntos nessa luta”. Assim o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, em um encontro da força política do Rio de Janeiro, no Palácio Guanabara, convocou os colegas a participarem da passeata Contra a Injustiça, em Defesa do Rio


07-11-2011

Wadih convoca participação de colegas em passeata dos royalties

Fonte: redação da Tribuna do Advogado
“Mais uma vez o Rio de Janeiro será palco de uma batalha libertária e é importante que todos estejam juntos nessa luta”. Assim o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, em um encontro da força política do Rio de Janeiro, no Palácio Guanabara, convocou os colegas a participarem da passeata Contra a Injustiça, em Defesa do Rio - um protesto contra as novas regras de divisão dos royalties de petróleo que prejudicam os estados produtores.
 
Para facilitar a ida dos advogados à manifestação, que ocorrerá , na próxima quinta-feira, dia 10, às 15h, na Candelária, Wadih pediu, ainda, a suspensão de prazos processuais para esse dia. "É importante que os presidentes dos tribunais do estado se atentem à mobilização e suspendam os prazos para que advogados, serventuários e magistrados possam aderir ao movimento", declarou.

Na reunião, que contou com a participação de prefeitos, deputados, vereadores, senadores, secretários municipais e estaduais, líderes sindicais e representantes da sociedade civil, foi discutida a inconstitucionalidade do texto substitutivo do senador Vital do Rêgo, que altera as regras de distribuição dos royalties de petróleo e prejudica diretamente os estados produtores. Com a aprovação do projeto, o Rio de Janeiro poderá perder, até 2020, recursos na ordem de R$ 50 bilhões.

“Estamos diante de um atentado à Constituição”, disse Wadih, que citou o artigo 20 da Carta Magna, que estabelece a necessidade de compensação financeira aos estados pela exploração de petróleo e gás natural. “Minha presença aqui é uma determinação legal, acima de tudo, porque compete à OAB defender a ordem do Estado Democrático de Direito. E é por isso que estaremos juntos no dia 10”, acrescentou.

O governador Sérgio Cabral e seu vice, Luiz Fernando Pezão, alegaram que o projeto desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, que controla os gastos da União, dos estados e dos municípios, de acordo com a capacidade de arrecadação de tributos e contribuições. “Por, no mínimo dez anos, as prefeituras sofrerão e poderão quebrar para se adequar à legislação”, informou o vice-governador.

“O Rio de Janeiro produz muitas riquezas para o Brasil e não admite nossas receitas sejam invadidas dessa forma. Se olharmos o Fundo de Participação dos Estados, constatamos que temos a segunda pior renda per capita do Brasil e nunca se ouviu nenhum político do Rio questionar isso”, ressaltou Cabral.

Segundo o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, o Ministério Público torce para que o parlamento não aprove ou que o Executivo vete o texto, mas, se isso acontecer, o Supremo Tribunal Federal não deixará passar uma “afronta à Constituição”.

As previsões confirmam o prejuízo que o Rio de Janeiro poderá sofrer. De acordo com o líder da Fecomercio-RJ, Orlando Diniz, as estimativas iniciais da federação indicam que o estado pode perder cerca de 1 milhão de empregos com a medida. Já o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, citou o protocolo para a realização das Olimpíadas de 2016, que não poderá ser seguido com a mudança.

Presidente da Associação Estadual de Municípios (Aemerj), o prefeito de Valença, Vicente Guedes, disse que essa é a oportunidade de rever o diálogo entre o Governo Federal e o Congresso – restrito atualmente aos líderes partidários, segundo ele. “Querem roubar do Rio de Janeiro a sua maior riqueza. Não temos culpa se Deus colocou o petróleo aqui”, enfatizou.

Os senadores Marcello Crivella (PRB-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ) ressaltaram a necessidade de apoio da população à causa. “Nós somos apenas três no Senado Federal, mas, juntos à população do Rio, somos 15 milhões. E essa união que dará respaldo ao governador junto à presidente Dilma”, apelou o senador petista. Já Crivella lamentou a abstenção do governo federal sobre o assunto, até agora.

“Estamos aqui contra uma injustiça que não vai se materializar. Nossa mobilização começa nas ruas, vai ao Congresso, vai à presidente e, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal. Não desistiremos”, finalizou Cabral.